Ministry of Sound - 25/11

Sábado, 25 de Novembro, lá iamos nós todos contentes rumo ao Ministry of Sound, em Londres. Talvez por causa do buzz todo que gira à volta daquele mitico nome, elevaram demasiado as minhas expectativas em relação ao club. Cerca de 2h30 separam a minha casa de Londres, e até aí tudo bem, porque até iamos de carro. Agora a chegada a Londres até foi fácil... Eu tinha impressos mapas e guias, e levo comigo a biblia londrina, o Mini-London, conhecido e indispensável guia das ruas de Londres.

Andamos pelo menos 3h perdidos em Londres... Primeiro no trânsito à chegada de Trafalgar Sq (onde o meu irmão tirou inumeras fotos dos "modestos" carros que iam passando por nós, e ficou maravilhado com os Hummer limo adaptados a club privado, que são algo comuns por aqui), e depois por Islington, Finsbury e Hackney.

Em Islington, Hallifax St iamos sendo assaltados, o que resultou num arranque desportivo da minha parte, e um medo horrivel de estragar um carro que não é meu. Por momentos temi acabarmos com um tiro na cabeça. Encontramo-nos com um amigo em Moorgate, e aí sim, começou a verdadeira luta para encontrar o caminho. O Ministry of Sound nem é muito longe, mas nem conseguiamos encontrar o caminho para as pontes e tuneis que nos levavam ao lado sul do rio. Num acto de desespero deixei o carro perto da estação de Euston, e fiz o que melhor sei em Londres: usar os transportes publicos!

À chegada ao Ministry of Sound, lá pelas 3h - tardissimo! - já eu estava cansada. A entrada do Ministry já eu conhecia e bem: ampla, e deixa a desejar uma relação proporcional ao interior. Passamos a primeira entrada, das filas exteriores, a porta dos detectores de metais, o balcão para pagar os bilhetes, a porta para entregar os bilhetes, a fila gigante para o bengaleiro - que tem empregadas antipatiquissimas - e finalmente, a porta para o club. Ufa! A primeira pista é algo colorida, mas o som deixa muito a desejar. Vamos direitinhos ao bar... vá lá, ao menos as bebidas são baratas. Estico-me e pergunto ao empregado onde raio anda ao Trentemoller, ao que ele aponta para um tunel e grita "He's in the Box!". Seguimos em direcção ao tunel, onde passo por uns quantos a revirarem a pestana, e as já conhecidas raparigas lindissimas de mini-saia sentadas por vezes nos próprios vómitos. Tento não pisar ninguém e reconheço de imediato os avisos amarelos gigantes que caracterizam o Ministry: Caution, excessive sound levels. Sim, tou no Ministry!

À entrada do Box ouviram-se logo as batidas deixadas plo Trentemoller, acompanhadas do scratch frenético do DJ TOM deixaram logo o cansaço para trás. Olhei à volta no Box e lembrei-me da letra da Lula: The Dj, The Music and Me. Basicamente o Box resume-se a isso, pois não há NADA ali dentro: é um cubo completamente preto com meia-dúzia de luzes no tecto, uma cabine gigante onde o dj parece uma marioneta, colunas gigantes que justificam os elevados niveis de som, mas igualmente elevados em qualidade. Nem uma casa de banho, nem um bar. Muito calor. Muito escuro. Muita gente retorcida... Contudo o som deixado plo Trentemoller compensa tudo isso. Muito remake, remistura, bootleg, quase todas as musicas do album novo (excelente!!). Infelizmente acabou às 4h, mas ninguém me mandou chegar tarde.

Volto à pista principal para ir buscar bebidas, e fomos a uma sala de nome VIP Lounge, que nem era VIP nem era Lounge, basicamente qq pessoa lá entra e o som é o da pista principal. De volta ao Box, tocava o John Acquaviva, e tá muito melhor do que quando conheci o som dele, quando trabalhei com ele há uns 2 anos atrás. Fez um set entusiasmante, e elevou bastante a parada... Os animos exaltavam-se e começavam as desistências.

Às 6, a seguir ao Acquaviva começou um gajo qq que ninguem percebeu o nome. Este exaltou-se ainda mais, e o som tornou-se para mim insuportável. Fui-me sentar e fazer o que mais gosto, fazer pequenos filmes com as personagens que me rodeiam. O filme do youtube é desse momento. Ao meu lado dançavam umas miudas que deviam ter passado a semana toda a comer speed. À frente uns gajos que já nem deviam saber o nome. E depois toda aquela gente a circular... Acabamos por sair, faltava aí 15 minutos para as 7.

A chegada à estação do metro foi algo de surreal! Dezenas e dezenas de pessoas em estado visivelmente deturpado por causa do excesso de drogas aguardavam impacientemente a abertura da estação, e inclusivé alguns aproveitavam a estrica para roerem as grades. Quando a senhora que tinha a chave veio para abrir os portões, estava visivelmente perturbada, e até com algum receio! À descida do metro perdemo-nos novamente (lindo...). Quando chegamos à plataforma, tive a visão que nunca tinha visto: dezenas de pessoas que se rebolavam plo chão, uns que quase comiam as placas informativas e outros que não estavam na linha não sei como. Um bocado assustador...

Assim que voltei ao carro só imaginava a minha paz e descanso, a 3h de distância. Sair de Londres é muito mais fácil que entrar. Assim que vamos para o carro começa a chover torrencialmente. Fazemos o caminho de volta... O balanço foi posivitivo, apesar de sinceramente, não ter gostado nada do Ministry of Sound, o som foi bom, a companhia foi excelente, e a aventura fica pra história.

Londres de carro, nunca mais!!